Na última semana da campanha eleitoral o Ratinho Jr. fez um discurso em que dizia estar sofrendo preconceito de idade, origem e apelido. Concordo plenamente com essa constatação.
A campanha do GustavoFruet fez um grande trabalho de desconstrução do Ratinho Jr. especialmente em função da sua idade, conseguiram “colar” no imaginário social da classe média e da classe “C” emergente que Ratinho era muito jovem para ser prefeito da capital. Nesse sentido, a campanha do Fruet foi muito bem sucedida, ainda que pautada num discurso preconceituoso, da idade e da falta de preparo.
Nesse sentido os estrategistas da campanha do Ratinho não souberam reverter esse quadro. Uma das saídas era demonstrar que a campanha de Fruet a medida que discriminava Ratinho Jr. pela idade, assim também milhares de jovens tem dificuldade de entrar para o mercado de trabalho em função do mesmo discurso preconceituoso. O que fez o Estado retardar a entrada dos jovens no mercado criando políticas públicas para mantê-los mais tempo estudando.
O mais interessante é que parte da chamada “intelectualidade curitibana” ou os “formadores de opinião” também entraram na onda do preconceito. O facebook era um exemplo disso, opiniões destrutivas, quanto ao nome, a origem e em relação ao pai do candidato.
Alguns comentários e charges ridicularizavam o candidato e o tratavam como “filhinho de papai”. O que tenho visto nos últimos 40 anos não corroboram a imagem construída para o Ratinho, pois ele é pai de 03 filhos, sempre trabalhou e apesar de milionário se dispôs a entrar para a política e fazer alguma coisa. Com a vida estável que possui, do ponto de vista financeiro, poderia passar os dias a viajar e desfrutar da vida, no entanto, ele escolheu outro caminho.
Então veio, não sei de onde, um ódio de classe em relação a ele que eu não consigo explicar, seria necessário uma pesquisa acadêmica. O preconceito foi exercido até pelos mais habilidosos e bem formados como os antropólogos, fiquei estarrecida pela campanha preconceituosa contra a pessoa dele e não contra a sua vida como político chegando no limite da desconstrução comparando-o ao Fernando Collor de Mello.
Isso sim é fantástico. Acho que isso poderia ter sido desfeito se houvessem cientistas políticos fazendo análise de cenário e revertendo essas fragilidades da campanha da oposição, mas não foi a esperança que venceu o medo, foi o preconceito que venceu.