O artigo do jornalista Celso Nascimento, neste domingo, 26 de agosto, publicado na Gazeta do Povo (http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id=1290520&tit=O-fator-Ratinho-o-Forrest-Gump-da-eleicao) foi para dizer o mínimo, infeliz e adentrou a barreira do preconceito de classe e das pessoas com deficiência. Explico: Nascimento ao comparar o candidato a Prefeito Ratinho Jr. ao personagem Forrest Gump, nos leva a interpretá-lo como um idiota? Sem falar que eu não vejo como clara a relação que ele diz existir entre Ratinho Jr e Gump.
O que o Celso Nascimento está sugerindo é que o candidato Ratinho Jr. assim como o Forrest Gump é um idiota, tem QI baixo, é tolo, é ingênuo, é limitado intelectualmente e fisicamente? No filme e nas sinopses do mesmo está muito claro quem é o Gump. Em uma das passagens do filme esse argumento do fato dele ser um “idiota” é contundente quando Gump pergunta ao seu amor Jenny, se o seu filho é “normal”. Isso significa dizer que ele assume ser um “idiota”.
Forrest passa pelos momentos mais importantes da história dos Estados Unidos, no entanto, alheio a todos, em meio a sua bondade e honestidade, o que lhe importa é somente o seu amor por Jenny. Ele venceu na vida, apesar de todas as adversidades mentais e físicas, tudo que ele fez deu certo.
Qual é o paralelo traçado pelo Celso Nascimento entre o personagem e o Ratinho Jr? Respondo: não há paralelo e a leitura do jornalista é pejorativa, explico porque:
1) Ratinho Júnior, não tem limitação intelectual e física.
2) Ratinho Júnior é empresário e político e está construindo a sua história política com base em seu trabalho e da fama do pai, e não me parece que ele está alheio ao passado recente do Brasil e da cidade de Curitiba.
3) Se A crítica do Celso Nascimento era para a sociedade curitibana que está apontando como primeiro colocado nas pesquisas um anti-herói como Gump, em oposição ao Gustavo Fruet e Luciano Ducci “políticos tradicionais e bem apadrinhados”? Se essa era a intenção a crítica errou o alvo, pois o atingido foi o Ratinho Júnior, pois a percepção do jornalista soa como preconceito de classe e identitária e não como crítica as classes mais baixas, de onde supostamente saem os votos do candidato. Se a critica era para o fato de ele correr por uma terceira via, ou por outros fatores diversos que aqui não cabe enumerar, Celso Nascimento, surpreendentemente mandou muito mal, mas muito mal mesmo.
Há frases inesquecíveis do filme como ‘A vida é uma caixa de chocolates: você nunca sabe o que vai encontrar’, ou ‘Estúpido é quem faz estupidez’.
Acho que essas duas frases servem perfeitamente para o jornalista Celso Nascimento, pois esse seu artigo foi uma triste surpresa, sendo que a estupidez cabe a quem as faz.
Blog da Vanessa Fontana 